No Dia Internacional da Mulher (o8 de Março), data em que se assinalam os ganhos e emancipação feminina, também é uma efeméride que representa os desafios e dificuldades vividas por milhares de mulheres em todo o mundo. Hoje, continuamos a lutar por Direitos Humanos que para alguns permanecem desconhecidos ou são ignorados, muitas vezes por aqueles que nos são mais próximos.
A Violência Contra a Mulher continua, em pleno Século XXI, a ser um flagelo que afeta milhares de mulheres.
Como forma de homenagear, as muitas Mulheres que vivem situações de maltrato na intimidade, partilhamos este testemunho real, que representa o processo de tomada de consciência de que "Ser Mulher é lutar por uma vida melhor" e que agradecemos muito pela coragem de partilhar a sua história.
“Um Dia acordas e inicias uma reflexão instrospetiva da tua vida conjugal e pessoal.
Sentes que és Vitima de algum tipo de Violência a que ainda não acreditas ser Violência Doméstica.
Para ti Violência é quando alguém ergue o braço sobre o teu corpo. É MENTIRA. A violência inicia-se logo no namoro quando deixas de ser tu própria e vives em função do outro. Acreditas que é AMOR. Quando tu pensas primeiro no outro e depois em ti; quando tu não tomas decisões sem consulta e aprovação do outro e quando és capaz de tomar as tuas decisões , sofre s consequências que te afetam psicologicamente.
Crias barreiras, ilusões e fugas. Mas continuas achando que está tudo bem!
Um dia começas a perder o controlo, pois a pressão aumenta de tal ordem que não consegues acreditar na tua vontade, nos teus valores, na tua autonomia pessoal.
Idealizas uma relação que não existe, culpabilizas-te pelos erros do outro. NÃO HÁ AGRESSÃO FÍSICA. Mas sentes te controlada, cada passo teu é inspecionado, os teus objectos pessoais são verificados, as tuas mensagens de telemóvel, a tua rede social e o teu circulo de amizades. Sentes te sozinha. Onde exerces o teu maior domínio, a tua maior valorização pessoal, serás acusada e apedrejada constantemente: na tua vida profissional, na relação com os teus filhos, com os teus amigos, etc..
O teu corpo é usado como pagamento pela tua liberdade. É uma moeda de troca.
Queres te libertar mas não consegues. Porque te sentes CULPADA.
O teu corpo começa em queda num poço de água, alguns braços te vão agarrando: os filhos, os amigos, a família, o trabalho, as fugas, as ilusões, mas um dia chegas ao fundo e encontras a DEPRESSÃO, A ANSIEDADE E O SUICIDIO.
Como eu existem muitas Mulheres que ainda não tiveram a coragem suficiente de dar UM MURRO NA MESA e gritar : BASTA!
LIBERTA TE DO QUE NÂO TE FAZ VOAR! EU JÁ COMECEI A CONSTRUIR AS MINHAS ASAS!”
DreamWords
